segunda-feira, 31 de março de 2008

Operários

Ao chegar hoje cedo para trabalhar, me deparei com uma cena que me chamou a atenção. Um funcionário varria as folhas que o outono derrubara no pátio. Na calçada, havia um pequeno buraco, onde formigas construíram o seu refúgio. Isso só era percebido de perto, ao se notar o montinho de areia que saía desse buraco, formando uma pequena muralha de proteção ao formigueiro. Era marcante a visão da calçada já varrida e livre das folhas, com aquele montinho de areia propositalmente intocado. Isso me fez pensar. Nós, operários, devemos nos ajudar e proteger. Não importa se homens ou formigas...

domingo, 30 de março de 2008

Epiderme

“Assim como o olhar mostra a alma e o sorriso indica alegria, a pele das mãos revela a idade das pessoas. Rápido... as minhas luvas!”

sábado, 29 de março de 2008

Parabéns, Curitiba!

Segundo a história, tudo começou com as palavras do cacique "Tindiqüera", dos índios Tingüi. Ao chegar a um determinado local, olhou ao redor e pronunciou as palavras "Coré Etuba", o que significa "muito pinhão". Esse local seria onde se encontra hoje o marco zero da cidade de Curitiba, na praça Tiradentes. Hoje, 315 anos depois, comemoramos mais um aniversário dessa cidade progressista e hospitaleira. Ela é a capital que ainda nos oferece ares interioranos em determinados bairros. É a Curitiba dos parques, do Jardim Botânico e da Feirinha do Largo da Ordem. É a cidade do moderno sistema de transporte, da tecnologia e também do "leite quente". É a cidade que, assim como a muitos outros, me acolheu. É a cidade onde eu construí a vida e onde nasceram os meus filhos. Parabéns, Curitiba! Aos 315 anos, você se mostra moderna e, ao mesmo tempo, comportada. Parabéns! Que a felicidade possa inundar as tuas ruas!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Dia do Circo

Respeitável público, hoje é o Dia do Circo! Quem nunca se alegrou com um palhaço ou se assustou com as peripécias de um trapezista? Quem, em seus sonhos de infância não se imaginou vivendo debaixo da grande lona, viajando pelo mundo? Quem hoje em dia, não sente que a vida é um imenso Circo? Senão, vejamos:

O circo

No circo do mundo
Imensa lona
Grande picadeiro
Eu
Marionete da vida
Me jogo
Sou jogado
Me apresento
Sou atirado
Escolho trajes
Escolho papéis
Escolho roteiro
Toda a vida
Todo dia
O dia inteiro
O que fui ontem?
O que sou hoje?
Malabarista
Pratos
Argolas
Equilíbrio
Não deixo a vida cair
Palhaço
Risos
Caretas
Sorrisos pagos
Cara pintada
Calça folgada
Alma perturbada
Passo o pé na tristeza
Domador
Chicote
Botas
Cadeira
Domesticando decepções
Chicoteando situações
Aquietando depressões
Trapezista
Voando
Saltando
Flutuando
Sem rede
Sem asas
Sem proteção
Mas
Por que?
Quem manda?
Quem ordena?
Estar a mostra
Estar no centro
No holofote
No picadeiro
Penso
Reflito
Busco
Insisto
Ser nesta farra da vida
Apenas
E tão somente
O pipoqueiro

Gotas

"Quando as torneiras do mundo secarem e o banho for só de pó, não chore. Economize as lágrimas..."

quarta-feira, 26 de março de 2008

Parabéns, Porto Alegre!

Hino da Cidade de Porto Alegre

Porto Alegre "Valerosa"
Com teu céu de puro azul
És a jóia mais preciosa
Do meu Rio Grande do Sul

Tuas mulheres são belas
Têm a doçura e a graça
Das águas, espelho delas,
Do Guaíba que te abraça

E quem viu teu sol poente
Não esquece tal visão
Quem viveu com tua gente
Deixa aqui teu coração.

Autor: Breno Outeiral
Decreto nº 8451 de 24/07/84

Essa é uma pequena homenagem a Porto Alegre, no dia em que a capital dos gaúchos completa 236 anos. Como diz o seu hino, a cidade oferece a seus moradores e visitantes, coisas únicas, como as águas do Guaíba e o seu pôr-do-sol, um povo hospitaleiro e a imagem da bela mulher gaúcha. Parabéns, "Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre"!

terça-feira, 25 de março de 2008

É da vida...

Ela era uma morena alta, bonita e sensual. Economista, saíra do Brasil devido a vida difícil e tinha muitas esperanças de se dar bem na Europa. Passara pela França, Espanha e agora vivia na Itália. Já estava longe de casa há dois anos e continuava sobrevivendo como diarista. Limpava casas todos os dias em troca de uma miséria. Cansada de ter cheiro de desinfetante nas mãos e cera nas unhas, deixou de lado o avental e a vassoura e decidiu usufruir de seus atributos físicos. Resolveu ser prostituta de luxo. O dinheiro antes minguado, agora começou a aparecer em abundância. Era sempre requisitada, procurada por clientes fixos e jamais deixou de cobrar, por mais que simpatizasse com eles. “O preço é justo”, pensava. “E, com simpatia, é mais caro!” Números frios...

segunda-feira, 24 de março de 2008

O caminhante da lua

Imagine um personagem, que nas décadas de 70 e 80 andava nas noites de verão pelas ruas de terra de uma pequena cidade do Sul do Brasil, embalado ao som da boa música orquestrada de Benny Goodman, por exemplo. Imagine que os passos desse personagem são conduzidos e embalados por essa música a ponto do mesmo ir caminhando absorto, acompanhado apenas por sua sombra, projetada no chão pelo luar. Além de sua música, percebe-se no ar apenas o som dos grilos e dos sapos. O chão é salpicado aqui e ali por persistentes lampejos de vaga-lumes. Quem seria ele? Um herói romântico patrulhando a cidade em defesa de seus habitantes? Um velho músico aposentado relembrando as antigas melodias, as quais tocara em outras épocas? Nada disso! O personagem é um homem comum, trabalhador, pai de família. Após mais um dia de trabalho, ele chega em casa, conversa e janta com a esposa e os filhos. Após o jantar, senta-se acompanhado da família em uma cadeira na frente da casa, velho costume dos habitantes das cidades do interior. Enquanto cumprimenta um vizinho e outro que passa a pé pela rua, manuseia no colo um rádio transistorizado Philips. Após sintonizar outras estações de rádio A.M., a escolhida de todas as noites é impreterivelmente, a rádio Guaíba de Porto Alegre, a capital do estado. De repente, as conversas cessam, as risadas silenciam e, vagarosamente, nosso personagem levanta. Com o rádio nas duas mãos, começa a caminhar até a esquina. Vira a direita e segue sempre em frente por oito, dez, doze quadras. Os passos são lentos, mas cadenciados. Não demonstram pressa, mas são compassados. Os dedos polegares passeiam aleatoriamente pelos botões de volume e de sintonia do rádio. Ora o volume é erguido para que a música agradável aos ouvidos seja melhor sentida, ora é feita uma sintonia fina pois a emissora está "fugindo" do ouvido. O olhar acompanha o movimento de pedestres que passam, de cachorros nos quintais e de gatos nos muros. Por vezes, se fixa no céu. Conta estrelas, mira o luar. Quantas estrelas cadentes ele já teria visto? Pelas pouco iluminadas, porém ainda seguras ruas, ele continua o seu caminho até parar às margens da imensa, bela e majestosa Lagoa dos Patos. Lá, senta-se e fica a admirar as ondas quebrando na praia, ouvindo as folhas dos plátanos caindo e por vezes distraindo-se com os poucos automóveis que por ali passavam. A lua é insistentemente refletida na imensidão das águas. Entre uma música e outra, surge a voz clara e ritmada do locutor de plantão na distante Porto Alegre. Aí, como por encanto, o nosso personagem acorda com os olhos já abertos, percebe onde se encontra e sente como é bom estar ali. A rua tranqüila, a noite quente, a luz do luar, o brilho das estrelas e a boa música o haviam trazido até ali. Era, ao mesmo tempo, um simples passeio de cidade de interior e algo mágico! Sim, ele havia sido conduzido até aquele lugar encantado, guiado pela música. Seus pensamentos eram conduzidos de tal forma a fazer essa pequena e mágica viagem, praticamente sem perceber. Eu era pequeno, mas em conversas com nosso personagem, me foi confidenciado que era assim que acontecia. Magia? Vontade de pensar na vida? Fuga do mundo real por uma ou duas horas? Não sei. Só sei que a história, para mim, é bonita. Afinal, eu a presenciei. Uma, algumas, várias vezes. O cenário? São Lourenço do Sul. O personagem? Era meu pai! Em sua simplicidade, era alguém que amava a sua família, adorava a sua cidade e se encantava com a sua Lagoa dos Patos e com a boa música que vinha pelas ondas do rádio, através da escuridão. Bons tempos aqueles! Belas sensações! Belas lembranças! Que saudades!

domingo, 23 de março de 2008

Domingo de Páscoa

Hoje é domingo de Páscoa! Páscoa! Vem do hebraico “Pessach”, que significa passagem. Na Páscoa, os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo, a vitória sobre a morte, depois de sua crucificação. Nessa data, muitas são as manifestações que falam sobre a alegria dessa passagem, do começo de uma nova vida em cada um de nós. A maior parte é feita através dos ovos, que representam o princípio de todas as coisas, da vida e da criação. Sua forma perfeitamente desenhada, sua superfície lisa e sua cor geralmente branca, fazem do ovo um símbolo da perfeição. Os ucraniânos, por exemplo, tem a tradição das “pêssankas”. A arte de colorir os ovos pascais, conhecida como pêssanka (derivado do verbo “pessaty”, o qual significa escrever), é muito antiga e data do período do paganismo. Simbolizava o renascimento da terra na primavera com a promessa de novas esperanças, saúde e prosperidade. Posteriormente, com o advento do Cristianismo, passou a simbolizar a Páscoa e a Ressurreição de Cristo, uma promessa de um mundo melhor e mais feliz. Nós temos a tradição dos ovos de chocolate. Mais uma vez, me remeto à minha infância para relembrar a Páscoa. Hoje, era dia em que levantávamos cedo para procurar os “ninhos” de Páscoa no jardim. O irmão que acordasse antes chamava os outros, para que pudéssemos ir juntos à caça. O bom e ao mesmo tempo complicado, era que os nossos cestinhos poderiam estar escondidos em qualquer lugar. Pendurados em árvores, atrás de arbustos, no canteiro de flores, etc. Tudo isso era uma verdadeira festa! Se acontecia que um de nós descobrisse o cestinho de outro, era feito um grande esforço para que isso não transparecesse. O bom da festa era que cada um encontrasse o seu. Em alguns minutos, voltávamos para dentro de casa, cheios de ovos, chocolate e muita alegria. Seguindo o exemplo de meu pai, eu mantive com meus filhos essa mesma alegre e tradicional experiência, até o início de suas adolescências. Hoje, esse ritual de renovação, de passagem de uma vida velha para uma vida nova, nos contagia. Que bom seria, se essa alegria e essa sensação de renovação que sentimos hoje, domingo de Páscoa, pudessem ser sentidas em todos os dias do ano. Certamente, seríamos mais felizes! Hoje cedo, fui ao meu jardim. Procurei, mas não encontrei nenhum cestinho, ninho ou ovo de chocolate. Será que passei da idade ou o Coelhinho esqueceu de mim? Não importa! Meus filhos receberam hoje o seu ovo de Páscoa. Estou feliz! Feliz Páscoa a todos!

sábado, 22 de março de 2008

Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas através da resolução A/RES/47/193 de 22 de Fevereiro de 1993. Foi assim, declarado o dia 22 de março de cada ano, como sendo o Dia Mundial das Águas.
Então, hoje é o Dia das Águas. Dia da Água! Ela é, sem dúvidas, a fonte da vida e da saúde. Sem água, não há vida. Não há nada mais saudável que água límpida e pura. Mas, será que temos muito a comemorar hoje? Como estão os nossos rios? E os nossos mares? Limpos? Poluídos? Temos ainda tempo e esperanças de limpar as águas mundiais? Pensemos nisso todos os dias e, em especial, hoje. Encha um copo com água límpida e cristalina e erga um brinde. Saúde! Saúde às nossas águas e a população deste mundo, tão inconseqüente com a preservação de um dos seus bens mais preciosos. Comecemos agora a nos conscientizar, que precisamos e precisaremos sempre das águas para sobreviver. Ainda temos tempo. Temos que ter!

Sábado de Aleluia

O sábado de Aleluia é um dia de preparação para a Páscoa. Passada a sexta-feira da Paixão, um dia triste e de meditação, as pessoas já começam a se alegrar nesse dia. Em algumas comunidades, se faz nessa data, a “malhação do Judas”, costume trazido para a América Latina pelos espanhóis e portugueses. Essa tradição, de desmanchar a pauladas um boneco do tamanho de um homem, simboliza a morte de Judas Iscariotes. Quem tem filhos pequenos, começa a preparar com eles as cestinhas e os ninhos, aonde o Coelhinho da Páscoa depositará nessa noite, os ovos de chocolate. Recordo-me que, em nossa infância, nossos pais sempre mantiveram essa tradição e, à tarde e a noite desse sábado era sempre de festa, preparação dos ninhos e de muita expectativa. Enfeitávamos os ninhos e os enchíamos de “barba de pau”, musgo que nasce e se propaga em árvores mais antigas. Esse musgo era colhido juntamente com a “marcela”, na Sexta-feira Santa. Meu pai preparava tintas das mais variadas cores e mergulhava nelas ovos de galinha, anteriormente cozidos. Eram ovos azuis, amarelos, vermelhos, verdes, que devidamente acondicionados com os ovos de chocolate trazidos pelo Coelhinho à noite, enchiam os nossos ninhos e os nossos olhares, da mais pura alegria infantil. Ainda naquela noite, o nosso Coelhinho tinha o trabalho de esconder os ninhos pelas árvores frutíferas e pelo extenso gramado do jardim que tínhamos em casa. Muito doces são as lembranças que trago na mente dos inúmeros sábados de Aleluia passados em família. Doces foram os bons e inocentes momentos vividos e os ovos de chocolate que o nosso sempre tão generoso Coelhinho da Páscoa nos trazia, às vezes à custa de sacrifício financeiro. Que tempo bom!

Sexta-feira Santa

A história é a mesma, contada há quase dois mil anos. O sofrimento de Jesus Cristo em sua caminhada ao Calvário e sua morte. Este, para mim, sempre foi um dia de recolhimento e reflexão. Recordo que, na minha infância no Rio Grande do Sul, o respeito a essa data sempre foi algo muito significativo. A programação das rádios era diferente. Durante todo o dia, ouviam-se músicas orquestradas, de um tom de calma e introspecção, na rádio Guaíba AM de Porto Alegre. Recordo que quase não havia a interferência dos locutores no ar. Nessa data, não havia a vinculação de comerciais ou algo parecido. Era costume um recolhimento quase que total. Os homens não cortavam sequer a barba e as atividades domésticas das mulheres, se limitava ao almoço com pratos feitos a base de peixe. E assim era o nosso almoço, com peixe e vinho. Era hábito de meu pai, assim como grande parte da população gaúcha, sair conosco para colher a “marcela”, erva de chá nativa no Rio Grande do Sul. Fazíamos a colheita na praia da Barrinha, às margens da Lagoa dos Patos, em minha cidade natal, São Lourenço do Sul. Íamos à igreja e ouvíamos atentos aos relatos bíblicos da paixão de Cristo. Tenho saudades desta época. Além de meu pai já não estar mais conosco, e já não estarmos morando todos tão próximos, sinto que a grande maioria das pessoas já não tem mais o mesmo sentimento em relação a essa data. Ainda hoje, considero esse, um dia de recolhimento, reflexão e muito respeito. Tenho muito vivas na memória essas lembranças e agradeço muito por isso. A cada ano que passa embora o tempo, as pessoas e o mundo sejam outros, tenho essas reflexões nessa data guardadas dentro de mim, junto aos meus sentimentos mais caros.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Falta de tino

O tempo passou e muitas coisas não aconteceram como você esperava ou sonhava? As pessoas não agiram como você pensou que agiriam e a convivência com muitos se tornou difícil? As pessoas que te cercavam começaram a tomar os seus caminhos e você ficou só? Antes só que mal acompanhado? Quem é a má companhia? Quem faz mal a quem? Mas, nesses dias, quem faz o bem? Deve-se fazer o bem sem olhar a quem? Mas, para quem olhamos hoje em dia? Não sei... Ora, não me faça perguntas difíceis! Não respondo! Não sei responder! Sei lá...! Só sei que a vida continua...

quarta-feira, 19 de março de 2008

O bom combate

Há poucos dias, fui convidado a fazer parte de uma chapa para concorrer a direção do Diretório Central dos Estudantes da instituição onde faço o curso de Direito. Embora já com meu tempo bastante curto devido a várias atividades, aceitei, ao perceber o espirito aguerrido de meus jovens companheiros de chapa. Embora tivéssemos menos de uma semana para a campanha, arregaçamos as mangas e fomos em frente, tomados de idealismo, vontade, coragem e sobretudo, união. Após uma rápida campanha, fomos às urnas. Mesmo que o resultado tenha sido adverso para nós, perdendo a eleição, senti que saímos vitoriosos. Ao cumprimentarmos os vencedores do pleito e olharmos para nós mesmos, percebi o quanto evoluímos nesses poucos dias de luta. O nosso pequeno grupo, que permaneceu unido até o final da apuração, foi o último a sair, tarde da noite, do prédio já vazio da instituição de ensino. Antes de voltarmos para casa, paramos para tirar uma última foto que certamente será guardada com orgulho, pois sempre representará um momento de união, garra, determinação e amizade. Penso que, assim como usamos essa união para concorrer a uma eleição interna entre acadêmicos, amanhã esse mesmo sentimento ganhará as ruas, colaborando quem sabe, para a condução dos destinos dessa nação. Acho que combatemos o bom combate, que é aquele travado em nome de nossos sonhos e ideais. Combatemos o bom combate, mantemos e manteremos a fé. A partir desse episódio, creio que o grupo formado por meus jovens companheiros do curso de Direito, futuros promotores, juízes, delegados e políticos, poderá contribuir para a mudança do futuro de nossa nação e de nosso povo, com a mesma garra agora demonstrada. Todos saímos fortalecidos e vitoriosos, mas a luta continua...

segunda-feira, 17 de março de 2008

O bambu

Desde que viemos ao mundo, somos obrigados a conviver e resolver problemas em todos os dias de nossas vidas. Eles são de diferentes ordens e tamanhos. Alguns são mais sérios, exigem um esforço maior, ao passo que outros são fáceis de resolver e servem até como um motivo para que o tempo passe mais rápido e a vida se torne menos enfadonha. Então, o que difere as pessoas quando elas estão frente a frente com um problema? Algumas se desesperam, choram, arrancam os cabelos e não conseguem resolver nada. Enquanto isso, outras tratam os obstáculos como algo possível de ser transposto, por mais difícil que aparentemente possam ser a primeira vista. Ao olharmos para a natureza, poderemos fazer uma comparação com o que se passa em nossas vidas. Os problemas são comparados ao vento de uma forte tempestade. Nós, somos as árvores expostas a este vendaval. Existem aqueles que querendo parecer fortes, não se intimidam e querem resolver tudo sempre na força bruta. Estas pessoas se comparam a uma figueira, que é forte e frondosa, mas que se exposta a um vendaval pode facilmente ser derrubada por querer sempre se manter forte e ereta. Devido a isso, a sua exposição ao vento é muito maior, frontal. Para que possamos passar pelos problemas, por mais difíceis que possam ser, deveríamos ser como o bambu. Mas, porque o bambu? Logo ele, que aparenta ser uma planta tão feia, comprida e desengonçada. Explica-se: o bambu como é humilde, se curva aos ventos e graças a isso, não se quebra. Ele também apresenta raízes profundas que se agarram firme ao solo. Dificilmente se vê um bambu sozinho. Eles geralmente são muitos, unidos, grudados uns aos outros e por isso, fortes. Se a raça humana se assemelhasse ao bambu, sendo humilde, tendo convicções profundas como as suas raízes e se mantivesse junta, unida, nenhum problema teria força para nos abalar. Sejamos bambus, sempre flexíveis, fortes e acompanhando os ventos da vida. De nada adianta ser uma figueira frondosa e caída, secando aos poucos, até morrer.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Se a moda pega...

Nós brasileiros, costumamos importar inúmeras coisas inúteis, bugigangas, modismos passageiros e quinquilharias diversas. Seria ótimo importar e que fossem comuns entre nós, fatos como o ocorrido com o governador do estado de Nova York, nos Estados Unidos. Dois dias após ter seu nome envolvido em um escândalo sexual, Eliot Spitzer anunciou sua renúncia no dia de ontem, 12 de março. Em seu discurso, ao lado da esposa Silda, ele pediu desculpas ao povo de Nova York, embora não tenha detalhado a sua relação com o escândalo sexual, que afirma ser um "assunto privado". A relação de Spitzer com a rede de prostituição também não está clara em uma reportagem feita pelo jornal "The New York Times". Mas, fontes acreditam que o governador seria um dos clientes do Emperors Club VIP, um famoso bordel de Washington que foi alvo de uma operação da Justiça Federal dos Estados Unidos em que quatro pessoas foram presas na semana passada. Disse ele: "agi de uma forma que violei as obrigações para com minha família, e que de alguma maneira quebra meu sentido do bem e do mal". Continuando, ele disse: "agora vou me dedicar a recuperar a confiança da minha família". Spitzer é do Partido Democrata e fez campanha prometendo uma reforma ética. No Brasil, convivemos desde sempre com a mais variada gama de escândalos, sejam sexuais ou não, e absolutamente nada é feito nem pelos políticos envolvidos demonstrando algum arrependimento e nem pela população, para ao menos exigir um mínimo de decência no trato da "coisa pública" e uma vida pública ilibada por parte de seus representantes. Eu nunca esperei tanto que uma moda pegasse em definitivo por aqui. Poderia ser o início de um novo tempo de valorização da moralidade e da decência em nosso país.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Aniversário da saudade

Dia 12 de março de 2008. Hoje, se estivesse entre nós, meu pai estaria completando 90 anos de idade. Com a sua presença ao nosso lado na infância, ditou o caminho reto por onde deveríamos seguir. E penso que esse foi, efetivamente, o caminho que trilhamos. Mais que uma simples data no calendário, o dia de hoje marca um aniversário. É o aniversário de mais um ano de saudade e da falta da presença física, da boa conversa e das risadas generosas. Mas, não é um dia para lamentações, tristeza e choro. É um dia para as boas lembranças de um homem de um grande e generoso coração. Meu pai, onde o senhor estiver, esteja em paz!

Enquanto isso, na sala de justiça...

Pouco a pouco em nossas cidades, começa a reinar o caos. O que era uma característica apenas das grandes cidades, está aos poucos se alastrando para as antes pacatas e felizes cidadezinhas. É a violência urbana, que tira vidas de cidadãos honestos a cada dia que passa. É o trânsito cada vez mais caótico, que atrasa e irrita a todos os motoristas que precisam se deslocar para o trabalho, levar filhos para a escola, etc. Tenho percebido que impera uma falta de respeito a todas as normas e regras de convivência, outrora respeitadas. São veículos estacionados em filas duplas, triplas, são pedestres que atravessam as ruas em meio aos carros sem demonstrar mais respeito ou medo de serem atropelados. Em tempo algum, se viu tanto desrespeito ao meio ambiente com a poluição das águas de rios, derrubadas das poucas áreas verdes nas cidades e das já escassas florestas. Enquanto isso, a cada dia que passa, temos a vida facilitada pela tecnologia. Jamais se viu tantas facilidades, conforto e opções de lazer com itens como a Internet, automação de serviços, câmeras fotográficas digitais, telefones celulares com câmeras, I-pods, Mp-3s, Mp-4s, etc, etc, etc. O absurdo é, que na contramão disso tudo, enquanto convivemos com tanta inovação tecnológica, amargamos com cada vez menos educação, respeito, solidariedade e civilidade entre as pessoas. Jamais os nossos jovens foram tão bem informados e espertos e ao mesmo tempo tiveram tanta tendência a marginalidade, ao desrespeito e a delinqüência. São filhos tanto da classe média alta como das camadas mais pobres da população, cometendo crimes e atrocidades todos os dias. Graças a Deus, existem as exceções, mas a situação é preocupante. E o que fazem ou podem fazer as autoridades responsáveis por educação, meio ambiente e justiça? Podem fazer alguma coisa? Querem fazer alguma coisa? Quando? Como? Devemos esperar? Temos que esperar! Precisamos urgentemente de soluções! Queiramos ou não, amanhã precisaremos sair às ruas novamente...

terça-feira, 11 de março de 2008

Desse jeito...

Te olho
Te espero
Só penso
Só quero
Me aproximar de ti
Te olhar nos olhos
Abrir teu sorriso
Te pegar de jeito
E assim
Dessa forma
Deixar nosso amor
Transpirar
Sufocar
Umedecer
Faltar com o respeito
Desse modo
Ver
Encarar
Agarrar
Te deixar sem jeito
E dessa forma
Ter você

Agora
A todo custo
De qualquer jeito...
Não ria
Essa é
Sempre foi
A minha forma de ser
A minha maneira de te querer
E de em ti me perder
Afoita
Fascinada
Maculada
Assim
Desse jeito...

Cegueira

“O pior cego é o que, com vistas grossas, não quer sentir o que pode ver...”

segunda-feira, 10 de março de 2008

Pobre gente rica...!

Li hoje um artigo do conhecido jornalista Paulo Sant’Ana, onde ele comenta sobre o tédio das pessoas que nunca foram pobres. Diz ele que, teoricamente, essas pessoas não são infelizes pelo fato de serem ricas. Mas, como elas não possuem a referência do que é a pobreza, não sabem que são felizes. E não saber que se é feliz, é a mesma coisa que ser infeliz. Essa é uma verdade! Eu acredito que a vida dos que nunca foram pobres é mesmo um eterno tédio. Deve ser chato todo dia andar naquele carro novo e sonhar com aquele outro modelo ainda mais novo que eles vão tirar da concessionária na próxima semana. Aquela ida ao shopping para as compras todo final de semana e o fato de ter que dar ao filho sempre o último modelo de celular, deve ser um saco! Além disso, é triste não perceber que uma camada imensa da população não tem acesso a nada disso. Para um pobre, comer um cachorro quente na esquina no final de semana, já é o máximo. Conseguir comprar um par de "chinelos de dedo" novo, aqueles que não soltam as tiras, nem se fala. Quem nunca percebeu esse outro lado, não tem a consciência do que possui. E os pobres? Ora, tanto podem continuar a ser felizes com aquilo que possuem, como correm o risco de ficarem ricos um dia. Assim é a vida. Pobre gente rica!

domingo, 9 de março de 2008

Pensei...

Quando eu era jovem, pensava que as coisas fossem normais. Pensei que as pessoas eram honestas e não mentiam. Pensei que os filhos respeitassem os pais. Pensei que as pessoas não se matassem por nada. Pensei que um simples jogo de futebol, uma diversão sadia, jamais pudesse se transformar em uma batalha campal. Pensei que os relacionamentos de trabalho, sociais e conjugais fossem sérios e honestos. Pensei que pais e mães vivessem sempre juntos para criar e educar seus filhos, a fim de transformá-los em homens e mulheres de bem. Pensei também que os professores fossem sempre mestres e por isso, respeitados e bem pagos. Pensei que os alunos jamais se transformariam em marginais destruindo escolas e agredindo colegas e professores. Pensei ainda que as pessoas mais idosas merecessem sempre o nosso respeito e carinho, até o fim da vida. Pensei que os pais jamais pudessem ser agredidos física e moralmente por seus próprios filhos. Pensei que nunca um adulto pudesse molestar sexualmente uma criança. Pensei inclusive, que os países não pudessem entrar em guerra apenas por interesses econômicos ou por megalomania de seus governantes. Pensei que jamais precisássemos internar os nossos jovens em clínicas de reabilitação ou recolhe-los mortos nas ruas devido ao uso de drogas. Pensei que em hipótese nenhuma, traficantes de drogas pudessem ter mais força e armamento mais pesado que as forças policiais. Pensei ainda que as crianças quando perdidas na rua, pudessem sempre pedir ajuda aos policiais, sem sentir medo. Pensei que as ruas de nossas cidades jamais fossem violentas e seus muros nunca fossem pichados e sujos por seus próprios habitantes. Pensei que o lixo produzido por nós nunca fosse atirado nos rios que servem para que tiremos a água que vamos beber depois. Pessimismo ou realismo? Não sei, apenas é o que eu vejo quando abro a minha janela todos os dias. Esperanças? No sorriso inocente de uma criança, como foi o meu um dia...

sábado, 8 de março de 2008

Essas mulheres...

Neste dia, no ano de 1857, as operárias de uma indústria têxtil de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a linha de produção para reivindicarem a redução de seu horário de trabalho de mais de 16 horas, para 10 horas diárias. Estas operárias que, por suas 16 horas trabalhadas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram trancadas na fábrica onde trabalhavam. Nesse momento, irrompeu um incêndio e cerca de 130 delas morreram queimadas. Em 1910, em uma conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca foi decidido que, em homenagem àquelas mulheres, o dia 8 de março seria lembrado como o "Dia Internacional da Mulher". Em 1975, essa data foi reconhecida oficialmente pela ONU. Hoje, a realidade mudou. As mulheres estão ocupando um espaço cada vez maior no mercado de trabalho, na sociedade e nas nossas vidas. Os dilemas femininos hoje são, na maior parte, as dúvidas entre casar e seguir a carreira profissional, ter filhos ou ser uma executiva de sucesso ou qual a melhor época para ter seus filhos. Entre tantas dúvidas, imprevistos e incertezas nesse nosso mundo, uma coisa é certa: as mulheres são seres que fazem parte e desempenham um papel fundamental nas nossas vidas. Aliás, as nossas vidas já começam através da nossa mãe, uma mulher. E que mulher! Depois vêm as nossas irmãs, nossas colegas de colégio, de faculdade, de trabalho, as namoradas e a esposa. Essa última, além de companheira, é a mãe dos nossos filhos, dando início assim, a um novo ciclo em nossas vidas. Eu confesso que sou um fã incondicional das mulheres! Elas possuem o dom inigualável de serem mães, além de amigas, amadas, amantes e companheiras. Ao mesmo tempo em que são frágeis, demonstram força e coragem sobre-humanas quando é preciso defender um filho, por exemplo. Uma coisa é certa: a nossa vida masculina não seria a mesma coisa sem elas! Essas mulheres de fases, de períodos depressivos, de períodos férteis, "daqueles dias", são acima de tudo, tudo! A estas mulheres maravilhosas que chegam, entram, bagunçam e endireitam nossas vidas, um beijo! Parabéns pelo seu dia!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Encontro

Lá fora, a chuva, o frio...
Tuas mãos tão geladas
Teus olhos tão vivos
Teu sorriso tão aberto
Nossos lábios se tocam
Nossas almas revoam
Como duas aves peregrinas
Através das noites
Através da vida
Através dos dias
Pronto!
Tuas mãos já não estão mais tão frias...

terça-feira, 4 de março de 2008

A cara do dono

Vinha eu hoje cedo para o trabalho, quando passei por um carro novo, provavelmente com poucos dias de uso, porém todo empoeirado. O vidro traseiro trazia uma inscrição feita com o dedo por algum gaiato, que dizia: "eu sou a cara do meu dono".
Aquele fato banal me fez pensar sobre isso. As nossas coisas, nossos objetos, roupas, livros e a forma como os conservamos refletem um pouco da nossa personalidade. A nossa vida é a nossa cara e a nossa cara reflete como anda a nossa vida. O desleixo com o carro novo ou o zelo com o Fusca 66, mostram um pouco de quem os pilota, assim como nossos gestos e atitudes revelam como conduzimos a nossa vida. Olha que tem muita gente por aí precisando voltar à auto-escola da existência...

04/03/2008
08h 18min